Aparentado, passou reto pelo espelho.
Já conhecia seus traços, as novas rugas.
Não se preocupou com os desalinhos,
Não sentia mais a rotidão das estréias,
o entusiasmo nos aplausos,
o preenchimento das apresentações.
Passou pela bengala e não se esforçou em pega-la.
Podia quedar-se sem nenhum instrumento, sem pinturas.
Sua caricatura estava encardida.
Procurava sombras dentro do seu narcíseo holofote.
Uma lâmpada aqui e outra ali.
Quem está quer me ver?
As nuances não se asseguravam mais das repetidas e repetitivas histórias.
Senhoras e Senhores, bem vindos!
Estou aqui para
O estrelato não podia mais ser sintecado.
Apareciam os pregos impossíveis de novo lustre.
Sua identidade suspensa por uma respiração e uma pontuação.
A platéia exótica roubava sua cena.
Perdeu o protagonista, perdeu direção.
-Anda palhaço!
Deu-se com o persistente “anda”.
Tinha o furo nas botas
Dos seus furos retumbava a inevitável ordem:
-Anda palhaço!
Já visitara essa vós. Familiar.
Suas alavancadas,
Sua glote.
Já vibrei com suas cordas,
já perscrutei suas vaidades,
suas leviandades,
as roupas trocadas.
-Um instante!
-Senhoras e Senhores! Ouçam os tambores!
Organizem-se em três filas:
Será feita a restituição do ingresso a suas vidas.
Nossos acessos estão congestionados,
Andem, andemos palhaços!
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