terça-feira, 11 de outubro de 2011

Finalmente!


Era pra ter alguém em casa quando ele chegou.

Não chamou por ninguém, mas lembrava disso a todo instante.

Fez tudo o que fazia quando chegava a casa.

Ninguém em casa.

Chegou a sua hora de dormir e absolutamente ninguém em casa.

Desceu as escadas e antes do primeiro degrau viu seu irmão ensanguentado, de cabeça quebrada.

Ele estava estranhamente pendurado na parede. Por fim deu-se conta de que todos os outros cinco da casa jazem.

Chorou como nunca

Entrou em histeria

Puxou os cabelos do peito

Da cabeça

Da perna

Do ouvido

Do bigode

E do nariz.

Tremeu todo, perguntou por quê?

Viajou pra outra cidade e pediu que os parentes cuidassem das cremações.

Voltou e sentiu que a casa ficara só para ele;

Assim como Marta, a empregada que não morreu.

Marta sabia de coisas que ninguém poderia saber a seu respeito.

Coisas de quarto.

Ele desejou a morte também dela.

Ela aceitou, não tendo tempo para o arrependimento.

11/10/11

João.

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