Era pra ter alguém em casa quando ele chegou.
Não chamou por ninguém, mas lembrava disso a todo instante.
Fez tudo o que fazia quando chegava a casa.
Ninguém em casa.
Chegou a sua hora de dormir e absolutamente ninguém em casa.
Desceu as escadas e antes do primeiro degrau viu seu irmão ensanguentado, de cabeça quebrada.
Ele estava estranhamente pendurado na parede. Por fim deu-se conta de que todos os outros cinco da casa jazem.
Chorou como nunca
Entrou em histeria
Puxou os cabelos do peito
Da cabeça
Da perna
Do ouvido
Do bigode
E do nariz.
Tremeu todo, perguntou por quê?
Viajou pra outra cidade e pediu que os parentes cuidassem das cremações.
Voltou e sentiu que a casa ficara só para ele;
Assim como Marta, a empregada que não morreu.
Marta sabia de coisas que ninguém poderia saber a seu respeito.
Coisas de quarto.
Ele desejou a morte também dela.
Ela aceitou, não tendo tempo para o arrependimento.
11/10/11
João.
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