sexta-feira, 4 de novembro de 2011

EU PASSO!


A expectativa de uma vida estava para resultar naquele abrir de olhos para um novo dia. Dia frio, de noite anterior fria. Mas os olhos do rapaz não se abriram pela manhã. Mantiveram-se abertos durante toda a madrugada. Frio. Imobilidade dentro do cobertor, imobilidade de pensamento.
Ideia fixa, recordações de última hora. Uma prova seria dada, e ele seria testado.
Ora pipocas, sou experiente!
Afinal de contas, o que é uma prova!
E respondeu:
é para provar que você pode continuar.
Como não continuar?
E respondeu:
Não passando na prova.
Mas o rapaz insone, de olheiras, sorriu. Eu vou.
Saiu com duas horas de antecedência, depois de toda a higiene feita com esmero.
Chaves, prova
ração para o cachorro, prova
recado para a empregada, prova
garagem, prova
carro, prova
sinais abertos, mais próximo da prova.
O rapaz chegou na sala.
Sentou-se na quarta fileira, terceira cadeira da esquerda pra direita.
A perspectiva era perfeita para não ser pego colando.
Ele sempre conseguia, era experiente.
Era isso que tinha que provar.
O professor Tilinho não poderá vir aplicar a prova de hoje, disse a coordenadora Udila.
Eu aplicarei essa prova.
Terezo foi humilhado pela coordenadora Udila naquela manhã.

19fev2008

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